A fertilização in vitro (FIV) é o tratamento de alta complexidade dentro da Reprodução Humana, em que se torna possível ter controle das etapas reprodutivas. Logo, esse é o tratamento com as maiores taxas de sucesso, Nesse procedimento, a fertilização do óvulo ocorre fora do corpo da mulher, em laboratório.
O processo envolve:
- Estimulação ovariana controlada: vários folículos ovarianos são estimulados e diversos óvulos são coletados dos ovários;
- Fecundação em laboratório: o óvulo pode ser fertilizado de duas formas:
- Pela FIV clássica, em que o óvulo é colocado em contato com espermatozoides em uma placa para que um deles o fecunde naturalmente;
- Pela ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide), onde um espermatozoide selecionado é injetado diretamente no óvulo pelo embriologista. Essa é a técnica mais utilizada nos dias de hoje.
- Desenvolvimento do embrião: os embriões ficam em incubadoras por até 5-7 dias;
- Transferência para o útero: um ou mais embriões são transferidos para o útero com o objetivo de gerar a gravidez.
Pode haver o congelamento de embriões após esses 5-7 dias de desenvolvimento, no momento em que eles se tornam blastocistos, para que a transferência ocorra num ciclo posterior. Graças aos avanços da vitrificação (técnica de congelamento rápido), hoje conseguimos uma taxa de sobrevivência superior a 97% para embriões descongelados.
Atualmente, na maior parte dos ciclos de FIV o congelamento de embriões é realizado para que eles sejam transferidos no ciclo seguinte, em ciclo natural, com pouco uso de hormônios.
Outro etapa que tem sido amplamente adicionada ao tratamento tem sido a realização de biópsia dos embriões para a realização de diagnóstico genético pré-implantacional, para prevenir doenças genéticas e/ou cromossômicas nos embriões. São dois principais testes que podem ser realizados:
- PGT-A: rastreia aneuploidias (alterações cromossômicas numéricas, trissomias e monossomias), como a Síndrome de Down (trissomia do 21);
- PGT-M: identifica doenças genéticas hereditárias relacionadas a genes específicos.
Esse teste é feito após o embrião atingir o estágio de blastocisto (5º ou 6º dia), com a retirada de 5-10 células para análise genética. Portanto, nesse intervalo entre o congelamento e a transferência do próximo ciclo, realiza-se a análise desse material de biópsia e assim sabemos se teremos um embrião euploide (número de cromossomos adequado) para a transferência.