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Congelamento de óvulos planejado

Congelamento de óvulos planejado: saiba mais

Em meio ao aumento do número de interessadas em congelar seus óvulos para assegurar uma gravidez no futuro, é muito importante fazer algumas reflexões sobre o tema para ajudar a elucidar as dúvidas mais comuns das mulheres que estão buscando esse serviço nas clínicas de reprodução humana.

Razões para congelar os óvulos

A maioria das mulheres solteiras que congelam seus óvulos, por razões não médicas ou “razões sociais”, está fazendo isso para evitar entrar em relações imprudentes para ter um bebê, é o que revela um estudo publicado pela Human Fertility.

De acordo com o estudo, para a maioria das participantes, a falta de um parceiro, a possibilidade de obrigatoriamente “ter que ter um parceiro” ou ter um parceiro que não quer se comprometer com a paternidade foram os motivos mais comuns para o congelamento dos óvulos. Algumas descreveram o congelamento de óvulos como algo que poderia lhes proporcionar mais calma, excluindo a pressão da busca pelo parceiro adequado.

Muitas participantes do estudo afirmaram que desejavam nunca precisar usar seus óvulos congelados e expressaram o desejo de conceber naturalmente com um futuro parceiro. “Outras relataram que acharam o processo emocionalmente difícil, uma vez que internamente não desejavam congelar seus óvulos, em vez disso, elas prefeririam estar buscando a maternidade com um parceiro comprometido”, diz Paula Marin, diretora da Venvitre.

Congelamento de óvulos e qualidade de vida

Um estudo recente avaliou os impactos do congelamento social de óvulos na qualidade de vida das mulheres. A pesquisa transversal utilizou o módulo de tratamento FertiQoL –  Questionário sobre Fertilidade e Qualidade de Vida –  em mulheres submetidas ao procedimento entre janeiro de 2008 e outubro de 2019 (n = 94). “O FertiQoL é um instrumento que permite uma avaliação holística da qualidade de vida de qualquer indivíduo que experiencie problemas de fertilidade, sendo, assim específico para esta condição de saúde. O FertiQoL encontra-se disponível em vários idiomas, e o seu tempo de administração é de, aproximadamente, 10 a 15 minutos”, explica a especialista em Reprodução Humana, Paula Marin.

A pontuação média do  questionário  foi de 65,5. O fato de ser casada ou  ter uma união estável está associado a pontuações mais elevadas, embora não estatisticamente significativas (69,2) em comparação com as mulheres solteiras (66,3; p = 0,49). No entanto, estar separada ou divorciada foi associado a escores significativamente piores em comparação com mulheres casadas, mulheres em um relacionamento e solteiras (43,3 vs. 67,0; p = 0,001).

Os dados sugerem que o congelamento de óvulos por razões sociais  é amplamente justificado pelas pontuações FertiQoL favoráveis ​​em comparação com mulheres inférteis submetidas à fertilização in vitro. No entanto, embora essas mulheres sejam fisiologicamente férteis, “sua situação” as torna socialmente inférteis. “Assim, as mulheres que são boas candidatas ao congelamento social devem ser identificadas como uma população que necessita de apoio adicional, a quem deve ser oferecido amplo aconselhamento, acompanhamento ativo durante todo o processo e apoio adicional, se necessário”, diz Paula Marin.

Congelamento de óvulos e apoio masculino

Como os homens participam das decisões e procedimentos de preservação da fertilidade das mulheres? Um estudo binacional qualitativo avaliou se os homens desempenham papéis de apoio antes, durante ou depois dos ciclos eletivos de congelamento de óvulos  das mulheres. De junho de 2014 a agosto de 2016, 150 mulheres (114 nos EUA e 36 em Israel) que haviam concluído pelo menos um ciclo de congelamento de óvulos por razões sociais foram entrevistadas por dois antropólogos médicos, um em cada país. A maioria (85%) das mulheres identificou a falta de um parceiro masculino como o principal motivo para buscar o congelamento.

No entanto, quase dois terços (63%) das mulheres contaram com alguma forma de apoio masculino durante seus processos de tomada de decisão e procedimentos. Cinco categorias de homens, em ordem de apoio, foram identificadas:

  1. Pais (ou outras figuras paternas masculinas);
  2. Parceiros (passados ​​ou presentes);
  3. Amigos homens;
  4. Irmãos
  5. Juízes (alguns dos quais apoiaram o congelamento de óvulos em acordos de divórcio).

Mais de uma dezena de diferentes formas de assistência foram oferecidas por homens em quatro grandes categorias:

  1. Instrumental;
  2. Financeira;
  3. Física;
  4. Psicológica.

Embora um terço (37%) das mulheres tenham passado pelo processo sozinhas ou apenas com o apoio feminino, este estudo revela os papéis ocultos que os homens desempenham no apoio às aspirações reprodutivas das mulheres.

Conhecimento e decisões sobre a fertilidade futura

Um outro estudo recente examinou o que mulheres mais jovens, estudantes de pós-graduação, sabem sobre preservação da fertilidade / criopreservação de oócitos e quais recursos reprodutivos elas utilizam. Um desenho transversal prospectivo foi usado e o estudo foi conduzido em uma universidade na costa leste dos Estados Unidos.

As participantes foram 278 alunas de pós-graduação que responderam a uma pesquisa com perguntas sobre dados demográficos, fertilidade, criopreservação de oócitos e fontes de informações sobre fertilidade.

As participantes apresentaram conhecimento médio sobre fertilidade (64% dos itens corretos). A fonte de informações sobre fertilidade mais usada foi a educação formal (87,1%), as informações para ajudar a tomar decisões sobre fertilidade foram ginecologistas (85,3%) e a criopreservação de oócitos foi a mídia (63,4%). Apenas 26,6% relataram estar bem informadas sobre a fertilidade feminina. Embora 93,9% já tenham ouvido falar em criopreservação de ovócitos, apenas 7,2% já consideraram o procedimento.

A maioria (74,9%) classificou a fertilidade como importante, embora 83% considerariam adiar a família até que a carreira (85,2%) e o relacionamento (85,2%) fossem estabelecidos. Metade acha que existe um estigma social em torno da criopreservação de oócitos e 70,1% acreditam que a mídia dá a impressão de que a maternidade é viável a partir dos 40 anos.

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