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  • Como Posso Ajudar Paula Marin

    Congelamento de Óvulos da Paciente com Câncer

  • Congelamento paciente com câncer

    Congelamento de Óvulos da Paciente com Câncer

    O Diagnóstico do Câncer

    Nas últimas décadas, com os avanços tecnológicos, com o aumento do diagnóstico precoce do câncer e com a evolução dos tratamentos oncológicos, presenciamos um aumento substantivo das taxas de sobrevivência dos pacientes com câncer.

    O estudo Compreendendo a Sobrevivência ao Câncer na América Latina: Os Casos do Brasil, feito pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA), chama atenção para esse fato e vai além. Propõe outra discussão importante: como será a sobrevida desses pacientes? Como será a vida após o câncer?

    E para a mulher em idade fértil, uma das grandes preocupações relacionadas à vida pós-câncer diz respeito à sua fertilidade e capacidade de ter filhos no futuro.

    Dra. Paula Marin

    A infertilidade tem sido considerada o efeito adverso de longo prazo de maior preocupação no tratamento oncológico de mulheres em idade fértil, afetando o aspecto reprodutivo e, por consequência, a qualidade de vida do paciente.

    Dra. Paula Marin

    Como o Tratamento de Câncer pode afetar a sua Fertilidade?

    Tanto o câncer quanto os tratamentos oncológicos podem reduzir a fertilidade. A quimioterapia, a radioterapia e as cirurgias podem reduzir permanentemente o número de óvulos, o que pode levar a dificuldades de concepção no futuro.

    O estoque de óvulos, ou seja, a reserva ovariana, é estabelecido antes do nascimento e, até o momento, não há evidências de que ele possa ser reposto. A quimioterapia e a radioterapia podem afetar essa reserva ovariana e levar a uma depleção desse estoque de forma abrupta.

    A quimioterapia tem como objetivo destruir as células que estão se dividindo rapidamente. A ideia é agir sobre as células tumorais, mas o tratamento acaba atuando no corpo todo, incluindo os ovários. Neste órgão, ela terá efeito sobre diversas células, como células do estroma, células sanguíneas, mas principalmente sobre os folículos em desenvolvimento, que já foram recrutados, e algumas drogas até mesmo nos folículos em repouso nos ovários.

    Como o Tratamento de Câncer pode afetar a sua Fertilidade?

    Na radioterapia, o efeito nos ovários é mais direto. A radioterapia que compromete a reserva ovariana é aquela que incide na região da pelve, onde ficam os ovários. As células no campo da radiação podem ser destruídas. A dose da radiação é um fator de extrema importância para definir o impacto da radioterapia na depleção da reserva.

    A cirurgia direta nos órgãos reprodutivos (útero e ovários) também pode levar à redução da fertilidade.

    Importante saber que cada caso deve ser avaliado de forma individual. O grau de depleção da reserva ovariana vai depender dos seguintes fatores: tipo de droga a ser usada no seu protocolo, dose das drogas, quantidade de radiação incidindo na pelve, e a sua idade. Sim, esse último fator também é importante. 

    Por isso, se você recebeu o diagnóstico de câncer e irá se submeter a uma quimioterapia ou radioterapia (que incidirá na pelve) e ainda deseja ter filhos no futuro, é essencial saber qual o seu risco de ter a sua fertilidade comprometida. 

    E além de saber o impacto na sua fertilidade, você deve também ser orientada quanto às possíveis técnicas de preservação de fertilidade no seu caso. 

    Novamente, volto ao ponto da individualidade: cada caso é único em suas particularidades de tipo e agressividade de câncer, protocolo de tratamento, janela de tempo até início da quimioterapia, condições de saúde, situação de vida pessoal, estado emocional, desejo reprodutivo, e todos esses fatores podem impactar na decisão de preservar ou não sua fertilidade. 

    Essa é uma conversa que deve ser iniciada no consultório do seu oncologista/mastologista, mas que precisa ter continuidade no consultório do especialista em reprodução humana assistida.

    Como saber se é preciso Preservar a sua Fertilidade?

    Se você acabou de ser diagnosticada com câncer e ainda tem desejo de ter filhos no futuro, aqui estão algumas perguntas que podem ajudá-la a conversar com o seu oncologista:
    • Como o meu câncer e o tratamento afetarão minha fertilidade?
    • Com base no meu plano de tratamento, qual é o meu risco de infertilidade: alto, moderado, baixo?
    • Quais são as minhas opções para preservação da fertilidade antes de iniciar o tratamento do câncer?
    • Você pode me encaminhar a um especialista em Reprodução Humana Assistida para discutir mais detalhadamente minhas opções?

    Oncofertilidade


    Oncofertilidade é um termo recente, criado em 2006, para descrever uma área da medicina interdisciplinar envolvendo oncologia e medicina reprodutiva, com enfoque na fertilidade dos pacientes com câncer.

    A premissa que rege a oncofertilidade é a de que todo paciente que será submetido ao tratamento oncológico deve ser aconselhado quanto à possibilidade de prejuízo à sua fertilidade e quanto às opções de técnicas possíveis para preservar essa fertilidade.

    Opções para Preservação da Fertilidade da Paciente com Câncer

    Na consulta com o especialista em Reprodução Humana Assistida, você precisará informar seu diagnóstico e plano de tratamento, incluindo cirurgias e procedimentos que serão realizados e os medicamentos que serão empregados. 

    Idealmente ocorrerá uma comunicação entre seu oncologista, mastologista e o especialista em Reprodução para ajudá-la na passagem dessas informações e, principalmente, para que haja a discussão de riscos e alinhamento de estratégia de tratamento.  

    Seja o mais honesta e aberta possível nessa consulta. Faça perguntas. Compartilhe com o especialista em Reprodução os seus planos futuros de formar uma família, mesmo que você não tenha um parceiro no momento. Obtenha o máximo de informações possível para que você e o médico possam decidir juntos as melhores alternativas para preservação da sua fertilidade.

    Opções para Preservação da Fertilidade da Paciente com Câncer

    Conheça, a seguir, as opções disponíveis para a preservação da fertilidade:

    • 1. Congelamento de Óvulos

      O congelamento de óvulos é a técnica de preservação de fertilidade mais frequentemente realizada e a mais consagrada na literatura. Temos dois requisitos básicos para empregar essa técnica: tempo hábil para estimulação ovariana e aspiração folicular, e a paciente ser pós-púbere (já ter menstruado). 

      O número de óvulos e a idade no congelamento são os fatores que mais impactam na taxa de gravidez no futuro. O início do tratamento acontece tão logo a paciente é encaminhada ao especialista em reprodução, em qualquer fase do ciclo menstrual (random start).  

      Medicações injetáveis subcutâneas devem ser usadas diariamente por 9-12 dias. 

      Nesse período você deve retornar para 2-3 consultas rápidas e realização de ultrassonografias que avaliam o crescimento dos folículos ovarianos. Ao redor do 11-14º dia do ciclo, quando os folículos atingem o tamanho adequado, a aspiração folicular é realizada. O procedimento é rápido, realizado sob sedação. Os óvulos aspirados que forem maduros são congelados pela técnica de vitrificação e podem ficar armazenados em tanques de nitrogênio por longo período. O tratamento possui baixo risco de complicações. 

      Duração: 10-15 dias antes do tratamento oncológico

      cancer timeline congelamento
      Fonte: Dra. Paula Marin

    • 2. Congelamento de Embriões

      Se você tiver um parceiro, podemos optar pelo congelamento de embriões. O processo de estimulação ovariana e aspiração folicular são exatamente iguais ao do congelamento de óvulos, mas esses óvulos, em vez de serem congelados, são fertilizados pelos espermatozoides do parceiro e congelados após desenvolvimento em incubadora. Será necessária autorização do parceiro para o emprego do seu material biológico no presente e no futuro.

      Duração: 10-15 dias antes do tratamento oncológico.

    • 3. Congelamento de Tecido Ovariano

      O congelamento de tecido ovariano é a única técnica possível para preservação da fertilidade em meninas pré-púberes. E a sua segunda indicação importante é para pacientes que não têm tempo hábil para o congelamento de óvulos. Por uma videolaparoscopia, é retirado tecido do córtex do ovário, que é dissecado em fragmentos muito pequenos que são depois congelados em nitrogênio. No futuro, para obter gravidez, deve-se realizar o transplante desses fragmentos para a pelve.

      Duração: um dia (trata-se de uma cirurgia de curta duração), antes do tratamento oncológico

    • 4. Transposição Ovariana

      É uma técnica que pode ser aplicada quando a radioterapia for comprometer a região pélvica. A ideia é retirar os ovários da área atingida pela radiação e fixá-los em parte mais alta do abdômen. Pode ser usado antes ou depois da puberdade.

      Duração: um dia (trata-se de uma cirurgia de curta duração), antes do tratamento oncológico

    • 5. Medicamentos protetores da Reserva Ovariana

      écnica que vem sendo explorada, mas que ainda não trouxe grandes resultados. Seu uso durante a quimioterapia poderia proteger os ovários do efeito deletério da quimioterapia. A medicação mais estudada é o agonista do GnRH, mas seu uso permanece ainda muito controverso. No câncer de mama, o análogo tem sido mais utilizado, e há um pouco mais de evidências de seus benefícios. Mais estudos são necessários para se chegar à conclusão de seu impacto durante o tratamento.

      Duração: aplicações mensais ou trimestrais durante a quimioterapia, durante o procedimento oncológico

    Dra. Paula Marin
    Entender as necessidades das pacientes com câncer é essencial, já que o número de pacientes que vencem a doença tem aumentado significativamente. E um ponto forte de preocupação das pacientes em relação à qualidade de vida após o tratamento é a fertilidade, a possibilidade de ter filhos no futuro.
    Dra. Paula Marin

    E se Não deu Tempo de Preservar a Fertilidade?

    E caso você tenha iniciado o tratamento oncológico sem tempo hábil para fazer um procedimento de preservação da fertilidade, saiba que:
    Não necessariamente você vai menopausar após o tratamento. O risco de comprometimento à fertilidade vai depender dos fatores já comentados aqui: tipo e dose de medicamento quimioterápico; dose de radiação pélvica, idade da paciente. É possível que você engravide naturalmente após o tratamento.
    Se você não puder ou não quiser usar técnicas de preservação de fertilidade agora e se você acabar tendo sua reserva esgotada após o tratamento do câncer, o especialista em Reprodução Humana Assistida poderá ajudá-la a formar uma família empregando outras opções terapêuticas, como a fertilização in vitro (FIV) com óvulos ou embriões doados ou a fertilização in vitro (FIV) com útero de substituição.

    Como será a vida após o câncer? Precisamos acreditar que ela será boa e você vai continuar vivendo e sonhando. E formar uma família será um sonho possível!

    Felizmente, hoje, podemos contar com técnicas de reprodução assistida para preservar a fertilidade feminina e contornar os efeitos dos tratamentos oncológicos sob a reserva ovariana.

    É por esse motivo que você está aqui no meu site e poderá agora baixar o meu e-book “Câncer, Preservação da Fertilidade e Qualidade de Vida”.

    Trata-se de um material bastante completo e explicativo, que pode ser seu grande aliado nesse momento de grande fragilidade e decisões importantes a serem tomadas.

    Leia o material e compartilhe-o com quem precisa dessas informações!

    Tem dúvidas? Fale comigo!