FIV clássica ou ICSI: entenda a diferença
Você está confusa com os termos FIV e ICSI? Qual a diferença entre eles? Qual é melhor?
Quando estamos fazendo um tratamento que emprega a fertilização in vitro (FIV), podemos utilizar duas técnicas para os espermatozoides fertilizarem os óvulos: a FIV clássica ou a ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoides).
Até 1992, a fertilização de todas as FIVs era feita pela técnica convencional, a FIV clássica, onde os óvulos ficam em uma placa de laboratório com milhares de espermatozoides e um deles vai penetrar sozinho o óvulo e fertilizá-lo.
Em 1992, surgiu a ICSI, técnica para contornar problemas de infertilidade de fatores masculinos graves.
Nessa técnica, um único espermatozoide é selecionado pelo embriologista, de acordo com sua morfologia (forma) e sua motilidade. E esse espermatozoide é injetado no óvulo por meio de uma agulha fina.
Com o passar dos anos, o uso da ICSI acabou se expandindo para além dos casos de sêmen alterado para a maioria dos casos do laboratório.
Mas estamos em um ponto em que isso tem sido revisto. Temos trabalhos mostrando que não há benefício de aplicar a ICSI em todos os casos, pois não há aumento da taxa de gravidez na população geral.
Portanto, para quem a ICSI é estritamente indicada? Vamos lá! Para casos de fator masculino grave, a ICSI deve ser adotada. Em 2020, a Sociedade Americana de Reprodução Humana publicou uma guideline sobre o tema.
Além dos fatores masculinos, casos de óvulos criopreservados, congelados também devem ter a fertilização feita por ICSI porque pode haver uma alteração da zona pelúcida ao se preparar o óvulo para o congelamento, o que pode prejudicar a fertilização natural.
A ICSI também pode ser empregada em casos de biópsia do embrião, em situações em que a contaminação por outros espermatozoides pode atrapalhar o diagnóstico.
Também pode ser empregada em casos de infertilidade sem causa aparente e em casos de falha de fertilização pela FIV convencional.
O que é colocado em discussão hoje é que a ICSI usada de forma rotineira no laboratório não traz benefícios para o tratamento, não aumenta a taxa de nascidos vivos.
A FIV clássica tem sido novamente empregada, segundo a determinação do médico e do embriologista.
O mais importante no tratamento é a avaliação de forma individualizada para que o médico possa decidir, junto com o laboratório, qual a técnica mais indicada.