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Preservação da fertilidade em casos oncológicos

Preservação da fertilidade em casos oncológicos

O termo preservação da fertilidade refere-se às técnicas de reprodução assistida destinadas às mulheres que não pretendem ou não podem engravidar no momento, por razões médicas ou pessoais, mas que desejam manter a possibilidade de gestação no futuro. 

Quando uma paciente em idade reprodutiva e que ainda deseja ter filhos faz o diagnóstico de câncer, é de extrema importância que ela receba informação sobre o possível comprometimento de sua fertilidade no futuro. 

O oncologista e o especialista em reprodução humana devem caminhar de mãos dadas nesses casos para garantir o tratamento mais rápido e eficaz para a mulher. 

De acordo com a idade da mulher, o tipo de câncer, o protocolo de drogas a ser usado e a janela de tempo até o tratamento começar, é possível definir qual a melhor técnica de preservação de fertilidade para cada paciente. 

As técnicas de preservação da fertilidade feminina são: congelamento de óvulos; congelamento de embriões; congelamento de tecido ovariano; transposição dos ovários (deslocar os ovários da área da pelve que irá receber radiação) e uso de medicamentos protetores da reserva ovariana durante quimioterapia. 

Congelamento de óvulos

O congelamento de óvulos é a técnica de preservação de fertilidade mais frequentemente realizada e a mais consagrada na literatura. Temos dois requisitos básicos para podermos seguir com essa técnica: tempo hábil para estimulação ovariana e aspiração folicular, e a mulher ser pós-púbere (já ter menstruado). O número de óvulos e a idade no congelamento são os fatores que mais impactam na taxa de gravidez no futuro. A técnica melhorou muito na última década, sendo a técnica de escolha se houver tempo hábil. 

Congelamento de embriões 

Se a mulher tiver um parceiro, podemos optar pelo congelamento de embriões. O processo de estimulação ovariana e aspiração folicular são exatamente iguais ao do congelamento de óvulos, mas esses óvulos, em vez de serem congelados, são fertilizados pelos espermatozoides do parceiro e congelados após desenvolvimento em incubadora. O grande ponto negativo dessa estratégia é atrelar a fertilidade da mulher a outra pessoa. Em caso de divórcio, falecimento ou mesmo divergência de opinião quanto ao uso, a mulher não poderá transferir esses embriões. 

Congelamento de tecido ovariano 

O congelamento de tecido ovariano é uma técnica que deixou de ser considerada experimental pela Sociedade Americana de Reprodução Humana em 2019. É a única técnica possível para preservação em meninas pré-púberes e a segunda indicação importante é para pacientes que não têm  tempo hábil para o congelamento de óvulos. Por uma videolaparoscopia, retira-se tecido do córtex do ovário, que é dissecado em fragmentos muito pequenos que são depois congelados em nitrogênio. No futuro, para obter gravidez, deve-se realizar o transplante desses fragmentos para a pelve. 

Transposição os ovários 

A transposição dos ovários é uma técnica que pode ser aplicada quando a radioterapia for comprometer a região pélvica. A ideia é retirar os ovários da área atingida pela radiação. 

Medicamentos protetores da reserva ovariana 

E por fim, o uso de medicamentos protetores da reserva ovariana é outra técnica que vem sendo explorada, mas que ainda não trouxe grandes resultados. O uso dos medicamentos durante a quimioterapia poderia proteger os ovários do efeito deletério da quimio. A medicação mais estudada é o agonista do GnRH e seu uso permanece ainda muito controverso. No câncer de mama, o análogo tem sido mais utilizado, e há um pouco mais de evidências de seu benefício. Mais estudos são necessários para se chegar à conclusão de seu impacto durante o tratamento de câncer. 

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