Riscos da FIV: conheça-os!
São poucos os riscos da fertilização in vitro (FIV) e as taxas de complicações são muito baixas.
Na primeira etapa, a estimulação ovariana, os sintomas são bem leves. Pode haver uma leve dor, equimose ou irritação no local da aplicação, náusea, alteração do humor, dor nas mamas, mas são sintomas leves.
Já na estimulação pode ocasionar uma resposta ovariana exacerbada e podemos ter a Síndrome do Hiperestímulo Ovariano.
Na aspiração folicular, a principal complicação é o sangramento. Outra complicação da aspiração é a infecção na pelve, podendo levar a abscesso na cavidade, mas é muito rara.
E falando da complicação obstétrica que a FIV pode trazer: a gestação múltipla. A gemelaridade aumenta o risco de doença hipertensiva da gravidez, prematuridade, hemorragia materna e diabetes gestacional.
As medicações injetáveis estimulam os ovários para que um maior número de folículos se desenvolva. Se muitos folículos crescem, há a produção de muitos mediadores bioquímicos e fatores sanguíneos que vão causar o aumento da permeabilidade vascular e o extravasamento de liquido do vaso para a cavidade.
A síndrome do hiperestímulo pode ter diferentes espectros, desde quadro leve, com distensão abdominal, aquela sensação de inchaço, até quadros moderados, com mais dor abdominal e distensão, náuseas, líquido mais evidente na cavidade, e quadros graves, quando há mais extravasamento do líquido para a cavidade, desidratação, dificuldade respiratória, precisando de internação. Os quadros leves, como eu disse, são comuns, e tendem a ser autolimitados, a paciente melhora em até 5-7 dias.
Seguindo para a outra etapa da FIV, a aspiração folicular, a principal complicação é o sangramento. O sangramento pode ocorrer vaginal, mais tranquilo, porque conseguimos ver e tratar naquele mesmo momento, e pode ser dentro da pelve, por atingir algum vaso que estava perto do ovário ou no ovário.
O sangramento intracavitário, na pelve, usualmente acontece, mas em pequena quantidade. Diferente de uma cirurgia aberta, com acesso à cavidade, durante a aspiração não temos como fazer parar de sangrar aquele pequeno vasinho. A paciente pode mesmo ter um pouco de dor em baixo ventre por 2-3 dias, e depois volta ao seu normal. O coágulo formado tem que fazer seu papel.
O sangramento abundante que demanda internação e cirurgia para hemostasia, para fazer parar de sangrar, é bastante raro. Uma videolaparoscopia costuma ser a opção para resolver esse sangramento.
Outra complicação da aspiração é a infecção na pelve, podendo levar a abscesso na cavidade, mas é muito raro. Costumamos usar antibioticoprofilaxia durante o procedimento, para diminuir o risco de infecção.
Lesão de outras estruturas também pode acontecer, igualmente bastante incomum, como lesão de bexiga, de alça intestinal.
A última etapa da FIV, a transferência de embrião, um momento de praticamente nenhum grande risco.
Você percebeu que o maior risco é mesmo o da Síndrome do Hiperestímulo Ovariano, mas ele tem sido agora cada vez menos temido. Isso porque atualmente temos protocolos muito bem estabelecidos na literatura para evitar essas complicações.
O uso de agonista para bloqueio e o uso de agonista de GnRh para a maturação final, associados ao congelamento de embriões para um a transferência posterior de embrião descongelado tornou a síndrome do hiperestímulo uma complicação difícil de se ver nas formas graves.
E já que estamos falando de complicações da FIV, vou me estender falando da complicação obstétrica que a FIV pode trazer: a gestação múltipla. A gemelaridade aumenta o risco de doença hipertensiva da gravidez, prematuridade, hemorragia materna e diabetes gestacional.