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Câncer de Mama: Como preservar a fertilidade antes da quimioterapia?

Saiba mais sobre as opções de preservação da fertilidade para pacientes com câncer de mama. Agende uma consulta com a Dra. Paula Marin.

O diagnóstico de câncer de mama é um momento desafiador e emocionalmente impactante na vida de qualquer mulher. Felizmente, com o avanço da tecnologia e da medicina, que possibilitou diagnósticos mais precoces e tratamentos mais eficientes, a sobrevida tem sido alta. Com isso, as preocupações relacionadas à qualidade de vida após câncer emergiram fortemente, e dentre elas, a fertilidade merece destaque. A quimioterapia, um dos tratamentos mais comuns para o câncer de mama, pode ter efeitos colaterais significativos sobre a capacidade reprodutiva das mulheres. É nesse contexto que emerge a necessidade de avaliar os tratamentos e opções disponíveis para preservar a fertilidade antes da quimioterapia.

Nesta jornada de oncofertilidade para pacientes com câncer de mama, revisaremos o impacto da quimioterapia na fertilidade feminina, as alternativas de preservação da fertilidade disponíveis antes do tratamento oncológico, as medidas que podem ser tomadas durante a quimioterapia para minimizar os danos à fertilidade, e as possibilidades de restauração da fertilidade após o tratamento!

Sumário:

  • Câncer de mama e fertilidade
  • Como a quimioterapia afeta a fertilidade feminina? 
  • Tratamentos para preservar a fertilidade antes da quimioterapia
  • Congelamento de Óvulos para Pacientes com Câncer de Mama
  • Congelar óvulos antes da quimioterapia em 4 passos
  • Gravidez após câncer de mama
  • Conclusão

Câncer de Mama e fertilidade 

O tratamento do câncer de mama tem como pilares a cirurgia, a quimioterapia, a radioterapia, a terapia biológica e a hormonioterapia. Desses, o grande vilão para a fertilidade é a quimioterapia. A quimioterapia é um dos tratamentos mais comuns para o câncer de mama. Os medicamentos quimioterápicos são projetados para matar as células cancerígenas, mas também podem afetar as células saudáveis, incluindo as células dos ovários.

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Como a quimioterapia afeta a fertilidade feminina? 

A quimioterapia é um tratamento amplamente utilizado para combater o câncer de mama e outras formas de câncer. Embora seja eficaz na destruição das células cancerígenas, células normais também podem ser afetadas, incluindo os óvulos. 

A quimioterapia, um dos pilares fundamentais do tratamento do câncer na atualidade, pode trazer sério prejuízo à fertilidade. Os quimioterápicos são divididos em diferentes classes, e cada uma delas tem um potencial diferente de prejuízo à fertilidade. Esses medicamentos podem depletar de forma abrupta a reserva ovariana. As mulheres nascem com um estoque finito de óvulos, que vão sendo usados ao longo do tempo até o esgotamento. A quimioterapia pode destruir parte dessa reserva de óvulos e antecipar o fim desse estoque. O grau de comprometimento dessa reserva vai depender do tipo de medicamento quimioterápico utilizado (alguns mais agressivos aos ovários; outros, menos) e da dose do mesmo. Cada tipo de câncer tem um protocolo específico de medicamentos e doses. 

Mulheres mais jovens tendem a ter uma maior chance de engravidar após a quimioterapia do que aquelas que já estão nos seus 40 anos. Não necessariamente a paciente vai entrar em menopausa após o tratamento. Ela pode voltar a menstruar depois de alguns meses, mas ela certamente perdeu uma parte da sua reserva ovariana e pode ter sua menopausa antecipada. Para tornar elucidativo, podemos dizer que a quimioterapia envelhece os ovários em 5, 10 ou 15 anos, a depender do protocolo utilizado. Se a paciente for mais jovem, menos de 30 anos, após a quimioterapia ela pode ter uma reserva ovariana de uma mulher de uns 35-40 anos, ou seja, boa chance ainda dela conseguir engravidar naturalmente contanto que ela não postergue muito a gestação. Agora, se a paciente for mais velha, perto dos 40 anos, e perder a mesma quantidade de folículos,como sua reserva já é bem menor, ela pode atingir um esgotamento dos seus óvulos e pode menopausar após o tratamento. Por isso, a idade da mulher é tão importante na hora de estimar os riscos. 

Portanto, a extensão do impacto na fertilidade varia de mulher para mulher e depende fundamentalmente da idade no momento da quimioterapia, do tipo e da dose da quimioterapia empregada.

Como uma forma de contornar os efeitos da quimioterapia na fertilidade, podemos lançar mão de técnicas de preservação de fertilidade antes de iniciar o tratamento, com destaque à criopreservação de óvulos ou embriões. A técnica permite que as mulheres congelem os óvulos ou embriões hoje, antes da depleção de reserva ovariana da quimioterapia, para uso no futuro caso não tenham mais óvulos para engravidar. 

Por isso é de extrema importância que os oncologistas e mastologistas conversem com suas pacientes logo que o diagnóstico é feito sobre as opções disponíveis para preservação da fertilidade para que compreendam os riscos, custos e benefícios associados a cada uma das opções de tratamento disponíveis para o seu quadro clínico individualizado. 

Tratamentos para preservar a fertilidade antes da quimioterapia

Antes de iniciar a quimioterapia, é recomendável que a paciente avalie as opções de preservação da fertilidade para minimizar o impacto da quimioterapia em sua capacidade de ter filhos no futuro. 

Um dos procedimentos mais consagrados e eficazes é o congelamento de óvulos, também conhecido como criopreservação de óvulos. Esta técnica oferece uma maneira promissora de preservar a fertilidade feminina. 

O congelamento de óvulos é uma técnica que envolve a estimulação, a coleta, o congelamento e o armazenamento de óvulos antes do início da quimioterapia.

Se você está preocupada com o impacto do câncer de mama na sua fertilidade, agende uma consulta com a Dra. Paula Marin. A Dra. Marin é uma especialista em oncofertilidade e pode ajudá-la a entender suas opções.

Congelamento de Óvulos para Pacientes com Câncer de Mama

O congelamento de óvulos oferece várias vantagens para a fertilidade feminina de pacientes que estão lutando contra um câncer de mama:

  • Preservação da Qualidade dos Óvulos: Os óvulos da paciente oncológica são preservados para uma gestação no futuro com as chances de sucesso correspondentes à idade no momento do congelamento.
  • Adiamento da Maternidade: As mulheres com câncer de mama podem adiar a concepção até que recebem liberação do oncologista para engravidarem, o que pode levar alguns anos. 
  • Redução de Preocupações: Permite que as pacientes concentrem suas energias na luta contra o câncer, sabendo que têm uma opção para preservar sua fertilidade.

Outras opções de preservação da fertilidade, como a criopreservação de embriões (quando um parceiro está envolvido) e a preservação de tecido ovariano, podem ser consideradas em situações específicas. A escolha da melhor opção depende das circunstâncias individuais e deve ser discutida com uma equipe médica especializada.

Congelar óvulos antes da quimioterapia em 4 passos

 Aqui estão os principais passos envolvidos em um congelamento de óvulos:

  1. Estimulação Ovariana: A paciente passa por um ciclo de estimulação ovariana controlada, que envolve o uso de medicamentos hormonais para estimular a produção de múltiplos óvulos maduros em um único ciclo menstrual. Essa etapa usualmente dura cerca de 9-12 dias.
  1. Coleta de Óvulos: Uma vez que os óvulos atingem o estágio adequado de maturidade, eles são retirados dos ovários por meio de uma pequena intervenção cirúrgica chamada aspiração folicular. Este procedimento é geralmente realizado sob sedação ou anestesia leve. Esse procedimento ocorre geralmente no 11-14º dia do ciclo de estímulo.

  2. Criopreservação: Os óvulos são cuidadosamente congelados pela técnica de vitrificação e levados ao nitrogênio líquido em temperaturas extremamente baixas (-196°C), interrompendo sua atividade e preservando sua qualidade.

  3. Armazenamento: Os óvulos congelados são armazenados nesses tanques de nitrogênio até que a paciente esteja pronta para usá-los.

Gravidez após o Câncer de Mama

A maioria das mulheres que engravida após o câncer de mama tem uma gravidez saudável e dá à luz um bebê saudável. No entanto, recomendamos ler o nosso outro artigo sobre “Câncer de Mama: Quem teve câncer pode engravidar?”  para estar ciente dos riscos e dos cuidados necessários para garantir uma gravidez segura.

Uma gravidez após o câncer de mama é possível, e vale dizer que ela acontece muitas vezes de forma natural, principalmente em pacientes mais jovens, que tiveram menos comprometimento à sua fertilidade. 

Para aquelas que não congelaram seus óvulos e que estão enfrentando dificuldade para engravidar, é bastante aconselhável que procurem prontamente um especialista em reprodução humana para que sejam avaliadas adequadamente. Enfoque deve ser dado à avaliação da sua reserva ovariana, uma vez que a reserva ovariana provavelmente estará mais reduzida. A avaliação adequada levará ao direcionamento correto, abrindo a possibilidade inclusive para uma Fertilização in vitro com óvulos coletados depois da quimioterapia mesmo, o que pode ser uma jornada mais desafiadora pela reserva depletada. Caso não haja mais óvulos, a reserva já se encontra muito comprometida ou mesmo que a mulher já tenha menopausado após o tratamento quimioterápico, uma excelente alternativa é realização de Fertilização in vitro com a utilização de óvulos de doadoras.

Para aquelas que possuem seus óvulos congelados antes da quimioterapia, o caminho tende a ser mais curto. Os óvulos podem ser descongelados e fertilizados com sêmen do parceiro (ou doador) para que então o embrião seja transferido para o útero. Se em vez de óvulos tiverem sido congelados embriões, mais curto ainda o atalho, apenas a transferência desses embriões para dentro do útero.

Aqui estão as principais etapas envolvidas para obter gravidez por meio de óvulos congelados:

1. Descongelamento dos Óvulos: Quando a paciente decide iniciar o processo de gestação, os óvulos congelados são descongelados em um laboratório especializado. Esse processo é cuidadosamente monitorado para garantir a sobrevivência e a qualidade dos óvulos.

2. Fertilização dos Óvulos: Uma vez descongelados, os óvulos são fertilizados com espermatozoides em um laboratório, usando técnicas de fertilização in vitro (FIV). Isso pode ser feito com o sêmen de um parceiro ou de um doador, dependendo das circunstâncias.

3. Desenvolvimento de Embriões: Após a fertilização bem-sucedida, os óvulos fertilizados (embriões) são cultivados em laboratório por alguns dias, geralmente de 5 a 6 dias. Durante esse período, a equipe de especialistas monitora o desenvolvimento dos embriões.

4. Transferência de Embriões: Os embriões de boa qualidade são selecionados e transferidos para o útero da paciente, por meio de um cateter flexível, em um procedimento indolor.

5. Acompanhamento e Testes de Gravidez: Após a transferência de embriões, o teste de gravidez geralmente é realizado em 9 dias. Se positivo, a paciente é acompanhada de perto pela equipe médica para monitorar o progresso da gravidez. 

É de extrema importância notar que, embora o congelamento de óvulos ofereça uma opção viável para preservar a fertilidade antes de iniciar uma quimioterapia, não há garantia de sucesso na gravidez. O resultado pode depender de vários fatores, incluindo a idade da paciente, a qualidade dos óvulos, o número dos óvulos, a saúde do útero e outros fatores individuais.

Algumas mulheres que passaram por tratamentos de câncer de mama podem enfrentar desafios adicionais relacionados à gravidez, como um risco aumentado de complicações. Portanto, é fundamental que as pacientes discutam seus planos de concepção com uma equipe médica especializada em fertilidade e oncologia, que poderá fornecer orientação personalizada e monitoramento adequado durante todo o processo.

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Conclusão

Em resumo, neste texto, abordamos detalhadamente o desafio enfrentado por pacientes com câncer de mama que buscam preservar sua fertilidade após a quimioterapia. Discutimos o impacto da quimioterapia, opções de preservação da fertilidade e restauração após o tratamento.

O diagnóstico de câncer de mama pode ser um momento difícil e desafiador para qualquer mulher. Além das preocupações com a saúde, muitas pacientes também enfrentam a possibilidade de perder a fertilidade devido aos tratamentos.

Felizmente, existem opções disponíveis para preservar a fertilidade antes da quimioterapia e outros para otimizar a chance de gravidez após a quimioterapia. O congelamento de óvulos é o tratamento mais comum e eficaz para preservar a fertilidade em pacientes com câncer de mama. É importante realizar uma consulta médica sobre as opções disponíveis para você. Uma avaliação médica pode ajudá-la a entender os riscos e benefícios de cada opção e a tomar a decisão certa para você.

Se você ou alguém que você conhece está passando por essa situação desafiadora e deseja obter orientações sobre preservação da fertilidade e congelamento de óvulos, agende uma consulta com a Dra. Paula Marin, especialista em reprodução humana e oncofertilidade. Ela está aqui para oferecer apoio e ajudá-la a tomar decisões informadas sobre o seu futuro reprodutivo. 

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